Segunda | 20 de Janeiro de 2020
Os dias passam e a minha relação com o Fred é de sonho. Não nos prendemos um ao outro. Cada um faz o que quer e não sentimos que temos exclusividade. Será isso bom ou mau? Não sei! Só sei que corre às mil maravilhas e até que dê... Assim desejo continuar.
Quando estamos juntos, parece sempre a nossa primeira vez. A sensação das borboletas na barriga, as pernas a tremerem por cada vez que me toca. A nossa "cena" é o flirt e apanharmo-nos desprevenidos. Deixarmos as coisas rolarem quando tem de rolar.
Hoje ligou-me, estava eu na pausa para o almoço. Estava a aquecer os restos que tinham sobrado do jantar de ontem. Convidou-me para almoçar. Claro que aceitei, voltei a guardar a comida, que ainda nem tinha colocado no micro-ondas e arranjei-me.
Levou-me a um restaurante aqui mesmo perto da praia. Foi um almoço leve, também não me sentia arranjada para mais. E isso também é uma das coisas de que gosto nele, a simplicidade nestas coisas simples.
Para variar o dia está chuvoso, mesmo como gosto. Não está frio, e ir à praia com o tempo assim e sentir o cheiro da areia molhada é uma das minhas coisas favoritas.
Depois do almoço demos uma caminhada na praia. No ar, o cheiro a algas e limos, a rocha húmida deixa-me calma e pensativa. Parei a olhar o horizonte, ele encostou-se a mim por trás e abraçou-me.
— Gosto tanto disto, deste cheiro, deste sossego, só o mar a fazer ruído.
— Por isso te trouxe aqui, sei que gostas e tenho sentido que era disto que estavas a precisar.
— Obrigado, és um querido. Quem diria que este homem, com este ar mauzão, seria a pessoa mais querida e humana que iria conhecer nos últimos tempos. — Fiz-lhe um carinho na cara e afaguei-lhe os cabelos.
Ao fundo o bugio desaparecia com o nevoeiro que se fazia aparecer, num abrir e fechar de olhos.
— Vamos entrar? — Disse-me ao ouvido.
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